15 de dez. de 2009

Egocentrismo?

Reli reflete sobre achar que tudo gira envolta dela. Reli reflete também sobre a vergonha em assumir que isso pode acontecer. Os pequeninos têm seus momentos de egocentrismo, e isso é importante para eles, fazendo parte da formação de sua segurança e confiança. O errado seria não se desapegar desse “hábito” ao crescer. Reli reflete justamente sobre essa fase. Como quando alguém de suas relações está diferente do normal. Como quando não tem explicação do motivo que faz com que a pessoa fique tão calada. Como quando tenta ajudar ou alegrar e não adianta em nada. Reli reflete que nesses momentos sente uma certa angustia por achar ser ela, Reli, a causadora de tais comportamentos. Se sente responsável pelo que é mistério para ela, procurando em seu interior e em suas lembranças o que pode ter feito para ocasionar tais reações. Torna-se responsável pelo que não é capaz de desnudar, sente culpa por ter ocasionado o que não conhece, e, por dias, até a descoberta da razão da mudança de humor do outro, vive um desconforto, uma tristeza, medo. Reli reflete em como se sente boba nas muitas vezes em que vem a descobrir que a causa do que materializou o agir diferente no outro não tem absolutamente nada a ver com ela mesma. Nesses momentos cai em si, e se pergunta o porquê de um comportamento desigual em uma pessoa de suas relações, tem que ser causado por ela. Volta-se pra si mesma e diz “- o mundo não gira em torno de você, Reli”. Se uma pessoa desaparecer “- pode não ter sido por sua causa, Reli”. Até se uma amiga vier a ter um desentendimento “- pode ter sido por razões que ela própria não é capaz de decifrar, Reli”. Reli reflete sobre a confusão que faz em sua cabeça: um jogo que tem em um lado o egocentrismo e do outro o real. E esse real pode ser sim o que Reli havia imaginado. E nesse momento, Reli percebe que só a comunicação pode abrir as cortinas do quarto escuro. Mas e se o outro ainda não quiser deixar entrar luz? Pode ainda não ter formulado de modo a debater sobre o que o aflige. Está no seu direito. Nesse caso, Reli reflete sobre a importância de aprender a cultivar a paciência. E a reboque dela, o conhecimento de si mesma.