14 de fev. de 2010

Desapego

Reli reflete sobre o desapego, sobre o deixar morrer, deixar passar, ficar sem. Reli vê claramente que precisa deixar ir certa situação que nem é mais. Talvez necessite agir no mundo dos sentidos, mas o objetivo é atingir seu próprio coração. Porque é ali que está a segurar. É ali que mora o apego. Porque quando conseguir deixar pra trás o que ficou lá atrás, a realidade externa se transformará. Reli acha que tudo tem um porque e essa demora em largar tem o sentido expurgar até o fim algo que nem bem consegue compreender. Reli já viu esse filme tantas outras vezes. Vive uma situação, mas já anteviu o futuro. E por viver essa dicotomia, acha que tem de tomar uma decisão mais imperativa. E já viu também, que quando se força, acaba por voltar um degrau. Porque não estava preparada para dar tal passo. Tudo tem seu tempo. E o que atrapalha é saber antes o que está por vir. É não ter paciência em seus processos. E mesmo assim, muitas vezes, desacredita o que vai em seu interior pra poder viver até o fim o que não é mais no exterior. Com a sutil intenção de ir até o derradeiro ponto final. Porque ainda não tinha chegado ao real fim. E quando reflete sobre tal fim, percebe que a dificuldade é porque ele está no reino do não manifesto, do mistério, do sentir. E não no mundo que percebemos como real, o dos sentidos. Reli ainda briga com isso. Quantas vezes já percebeu que é só seguir o que dá mais conforto. Que não precisa brigar. Não tem que se angustiar. Que tudo tem seu tempo. E quem somos nós pra saber quanto tempo o tempo precisa. Mas não, Reli teima em querer antecipar o que não chegou ao seu fim por ter a consciência do tal término. E esse “The end” nem é no exterior. É dentro dela mesma. Os espelhos podem nem mudar, mas mudará quem olha pros espelhos. Por isso Reli reflete escrevendo. Quem sabe não ganha tempo? E a simplicidade da situação é que o medo reside em não mais ser quem foi. Se perder do que conquistou. Se perder da si mesma que viveu. Será possível?

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