7 de fev. de 2010

Fazer nada

Reli reflete em como muitas vezes quando se sentiu sem ter o que fazer e um pouco desconfortável com isso, se percebeu então com saudades dele. Porque lá, onde vivia com ele, mesmo que estivesse só, o estava esperando. Ou fazendo comida pra ele. Claro, Reli também comia, era pros dois, mas se fosse só pra Reli, não seria aquilo tudo e nem daria tanto trabalho que enchia o tempo. E o tempo livre era confortável pra não fazer nada, ou escrever, ou outra coisa pra ela mesma. Era mais fácil daquele jeito. Um ajuntamento de seus afazeres, com afazeres pelo outro, com tempo livre. Aqui, não ligada a ninguém, ou melhor, em função de ninguém, Reli se vê sem objetivos, inerte. Porque lá onde estava antes, se encontrou. Porque lá não se sentiu solitária mesmo estando só. Porque lá conseguiu vislumbrar seu ser original. E o jeito é, nesses momentos sem objetivos, fazer algo que fazia lá. Ser o que escolheu ser lá e continuar cultivando aqui. Como escrever. Como o que está fazendo agora, porque aí se sente fazendo algo, como era lá, no antes. Se lá foi feliz assim, o tentaria aqui também. Nem que mude. E esse foi o caminho por Reli nesse seu peculiar momento. E assim vai levando. Até que se torne rotina. Até que se torne o que fazer. Que se torne companhia. E Reli se agüente só e não em função de um outro. Em função dela mesma. Embora Reli chegue a pensar que ter um pouco de seu tempo em função de um outro não seja nada pejorativo. É um se doar. É gostoso. É caridade. Compra um pedacinho do céu. De seu céu interior que é seu próprio bem estar no momento presente. Por prazer. Percebendo então que não faz pelo outro, mas por si mesma. Com prazer porque recebe pra isso um pagamento sem valor conhecido no mundo da manifestação. Um pagamento que satisfaz ao coração. Amar-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário