30 de set. de 2009

Microcosmo e Macrocosmo

Reli reflete sobre "o que está dentro é como o que está fora". E ela concorda com isso. Na verdade não é concordar, pois pressupõe que pode não ser assim. É saber que é assim que funciona. Olhamos o tempo todo pra fora e tentamos mudar nesse "fora" o que não aceitamos como certo. Pra começar, Reli reforça que certo é um julgamento, e o que é uma coisa pra um pode ser outra coisa pra outro. O fora só muda quando o dentro se modifica. Então, o caminho mais sábio, seria olhar pra dentro. E mesmo sabendo disso, Reli se percebe muitas vezes somente nesse "fora". Quantas vezes nos percebemos querendo mudar os móveis de lugar, ou cortar o cabelo, ou mesmo uma mudança mais radical, como cidade ou marido. Não enxergamos, mas essa mudança no "fora" vem a reboque da transformação que aconteceu no "dentro". Mas Reli sabe que enxergar esse "dentro" nem sempre é tão óbvio. É sutil, requer sensibilidade. E Reli também vê que nesse mundo de corre-corre, construímos uma muralha em volta do nosso sentir. Esse seria como Rapunzel presa na Torre. Mas nós construímos a Torre. Então só nós poderemos criar a desconstrução. E não é que não tenhamos ajuda. É claro pra Reli como a vida através de seus percalços nos dá rasteiras a todo o momento de forma que através de algum sofrimento, questionemos e mudemos. A vida deixa claro que agindo da mesma maneira teremos os mesmos resultados. A vida coloca em nosso corpo enfermidades pra que cresçamos com elas. Pra que sejamos além delas. A vida nos apronta um acidente pra que reflitamos não sobre a culpa de quem nos causou o infortúnio, mas pra que vejamos as sincronicidades. O que sentíamos ou fazíamos na época do acidente? Que benefício podemos tirar das conseqüências do acidente? E principalmente, deixar o culpado com ele mesmo, com o problema que é dele e não nosso. Se ele era errado aos olhos da lei pagará, mas nós, se focarmos em culpá-lo, fugiremos à nossa oportunidade de crescimento que é poder nos olhar. Olhar pra dentro com um possível tempo parado do trabalho, ou acamados por razão de uma enfermidade. As coisas não acontecem por acaso. E nós podemos olhar de forma a nos beneficiarmos ou não. Assumamos a responsabilidade pelo que é nosso que já é muito, e deixemos os problemas dos outros com os outros. E Reli também assinala que entrar em contato com o nosso sentir pode ser uma verdadeira ginástica. Como um alongamento quando somos travados. Teremos de no dia a dia com paciência irmos abrindo, alongando. Reli não tem pressa. No caminho existem ganhos. Este não está no final. Olhar pra dentro é solução. Mudar dentro muda fora. E se for tão tortuoso, pelo menos olhe o "fora" sabendo que ele está representando um "dentro". Já é um caminho: tentar descobrir o que vai nesse "dentro".

21 de set. de 2009

Primavera

Reli reflete sobre suas primaveras. Amanhã começa mais uma em sua vida com o começo dessa nova estação e hoje Reli completa algumas muitas devido à seu aniversário. Reli nunca se preocupou muito em comemorar, mas gosta que se lembrem. Talvez certa timidez em admitir reverencias. E dessa vez, Reli está longe de sua Cidade Natal, e as atenções próprias ao dia, tem gosto diferente. Tem gosto da chuva que está caindo em seu Estado de nascensa causando saudade de ver o morro todo úmido e as encostas pedregosas brilhando. Tem gosto do cheiro de terra e asfalto molhado. Tem gosto dos longos papos com as amigas daquele lugar. Tem gosto do carinho de mãe que dá o primeiro Feliz Aniversário logo quando se acorda. Tem gosto do jantar na casa da Tia, ou do jantar de comemoração com as amigas, ou do jantar com seu namorado, ou simplesmente da comidinha de sua antiga casa. Tem gosto de brincar com seu parceiro de como deve ser exageradamente bem servida dias a fio em razão de sua comemoração. Gosto de se fazer o que é rotina mesmo soando estranho nesse dia diferenciado. Gosto de ser especial, que seja pra uns poucos. Tem gosto de falar com os que moram em outros países e são muito queridos. Reli reflete em como estão sendo profundas, difíceis e produtivas as mudanças da sua vida. Transformações que não são tão visíveis aos olhos dos que não percebem seu interior, mas que se farão notar ao longo dos tempos no exterior. Reli reflete em como sua sensibilidade tem se mostrado viva, intuitiva e certeira. Reli tem percebido como seu corpo fala. Como sempre falou e não havia uma Reli pronta para escutá-lo. Como sempre traduziu o que ia dentro dela pra que ficasse claro mesmo não ficando. A máquina perfeita.  Mas tudo tem sua hora. A hora certa. E ela vem sem esforço. A hora certa. Ela simplesmente acontece. Porque se não for a hora certa, não vem, a não ser com muita luta e sofrimento. Mas há os que precisam teimosamente passar por guerras. Pra que se sintam vencedores. Ou vivos. Aniversário tem gosto de se passar por mais uma etapa. Tem gosto de amadurecimento e mesmo assim se sentir com a idade de ontem e não de hoje. Esse aniversário tem gosto de nostalgia. Gosto do que não é mais. Gosto do mergulho num mundo desconhecido. Gosto de novas atitudes.  Gosto de poder conseguir refletir sobre tudo isso.

18 de set. de 2009

Deixar pra trás

Reli reflete sobre as situações e pessoas que precisam ser deixadas pra trás. E isso traz certa inquietação, certa tristeza. Porque fizeram parte de uma vida inteira. Porque não é uma situação ou pessoa que é abandonada, mas uma parte de Reli que é deixada pra trás. Porque não serve mais. Porque nunca serviu, mas Reli foi teimosa o bastante em perseverar no "ser" o que não era. E por causa dessa teimosia, Reli tem certeza que deve abandonar essa parte de seu "ser" que nunca foi mas que tentou muito ser. Reli quer ir em busca do que condiga com o seu ser. Recentemente Reli teve que se desviar de uma pessoa. Esta, insitia em estar com Reli, mas Reli sem entender porque não queria contato. Esta pessoa era amiga de Reli há muito, muito tempo; aquelas amizades que acontecem e caminham durante a vida. Não seria exatamente uma pessoa que Reli procuraria ter amizade, seria uma pessoa que Reli achava que deveria ter amizade. É diferente. Reli vem se percebendo querendo deixar pra trás muitos comportamentos e pessoas que não condizem com o "ser" Reli, mas com o "ser" que Reli gostaria de ter sido. Mas Reli não foi, e de uma vez por todas aceitou que não é e nem quer ser mais. Amadurecimento. Não faz mais sentido. Já havia acontecido um episódio quando Reli fora em sua cidade. Reli procurou essa pessoa porque era de praxe, mas não se sentiu bem, e ficou irritada, e deu Graças a Deus de não mais vê-la em sua estada. Reli vem refletindo como sempre se sentiu sem energia do lado de certas pessoas. Não se sentia bem, ficava cansada. Mas isso não era entendido por Reli, era um sentimento, uma sensação. E Reli até já adoeceu com esses estados. Reli achava que sua sensibilidade não conseguia se defender de certas personalidades. E pode até ser. Mas alguma coisa Reli deveria poder fazer. E Reli entendeu que o que pode fazer é não ter medo de magoar ou de perder algo se não fizer parte do seu "ser". Reli agora quer seguir seu sentimento e ir em busca ou ao encontro do que é mais original em si mesma. Não há necessidade de inimizades, mas se necessário for.... Reli não é de brigar, mas as pessoas poderão não entender.

8 de set. de 2009

Medo

Reli reflete sobre o medo que sente de ser mandada embora. Medo que  digam que ela tem que sair deste lugar, ser rejeitada, de mudar e não permanecer em mais uma situação, de encarar os outros, da cobrança da sociedade, do assumir um fracasso, de aceitar que muda e é assim que busca sua felicidade.  Medos covardes. Porque isso? Parece tão sem propósito. É vergonha por não estar sendo como acha que a sociedade quer que ela seja. É hipocresia.  Até porque Reli prefere que a empurrem a uma situação do que tomar a iniciativa por ela mesma. Aí sim sabe lidar bem com o que vem. Nesses casos Reli se direciona prontamente, mesmo que triste, arruma sua nova vida e vai em frente. Reli não consegue se lembrar de nenhum acontecimento em criança que a tenham mandado embora. Pelo menos não está em sua lembrança consciente. Mas se percebe com medo de ser mandada embora quando não está sendo como acha que seu parceiro gostaria que fosse. Se sente deixando a desejar, não dando o seu melhor, não atendendo a expectativas, por isso espera que a mandem embora. Reli tem uma certa mania de perfeição. Chega até a sonhar com a situação, como se tivesse de estar preparada caso ele diga qualquer coisa sobre ir embora; porque Reli imagina no sonho que será surpresa, que não imaginará quando vai acontecer, por isso o estar preparada. Mas Reli começa a achar que isso só se passa em sua cabeça, que é tudo interpretação sua, pois seu parceiro nunca falou nada disso. Algumas vezes Reli tem certeza que ele quer dizer isso embora ele diga que não. Reli chega a sugerir se ele quer isso ou aquilo.  Mas é coisa de sua cabeça. Ela só se lembra de uma pessoa a ter mandado embora. Mas está situação abriu magníficas portas. Reli sempre foi agradecida a este acontecimento. Estava feliz antes, ficou mais feliz depois, e não anteveu nada, não teve medo por antecedência. Nunca sentiu qualquer espécie de ressentimento. E era adulta. Será que na verdade Reli vive internamente o "ser mandada embora" porque deseja isso? Então projeta no outro? Onde está a coragem de Reli em assumir os seus quereres? Pelo menos nesse momento de sua vida, Reli não tem coragem de assumir nada. Muitas vezes já não teve coragem de tomar a iniciativa do que sentia, porque não confiava e nem acreditava que o que notava em si mesma, mascarado em projeções, era o que desejava. Reli se percebe ficando cada vez mais covarde, tendo mais medo. Quando era jóvem, sentia algo, e já tinha que agir conforme. Se pedia até mais paciência. Certas atitudes em sua vida ainda são assim, mas muitas, a maioria, não. São envolvidas numa núvem que Reli não enxerga o que tem em volta. Aí é que está, insegurança, medo de não ver o que tem em volta, medo de saltar no desconhecido; medo de encarar a sociedade, de ser ela mesma e se assumir. Por isso que quer ser empurrada. Pra não decidir e sim só remediar. Mas Reli já é uma adulta.

3 de set. de 2009

Crise da meia idade

Reli reflete sobre essa tão falada crise. Faz sentido. Reli foi buscar num site de astrologia sobre a crise da meia idade e constatou que todas as suas dúvidas dizem respeito ao que estava escrito. Reli sentiu-se mais aliviada. Parece que faz parte dessa fase da vida ter dúvidas, questionar seu passado e futuro, sentir-se insatisfeita com as circunstâncias atuais, se perceber mais velha, não saber o que buscar mas querer buscar algo novo, querer mudar tudo, ver seu ego sendo dissolvido e o que era, não fazer mais sentido. No site também falou que não há o que se faça, que devemos nos deixar levar pelas águas. E isso fez sentido pra Reli, pois é assim que se sente, não consegue decidir nada, está como que encoberta por núvens que alguma hora passarão. Reli se percebeu vivendo situações que o site falou. Volta de vivências do passado, busca de espiritualidade, mudança de hábitos, um novo hobby ou trabalho e uma sensação enorme de "Quem sou eu?", ou melhor, "Quem quero ser?". Na prática, Reli cortou bastante seu cabelo, resolveu deixá-lo da cor natural, mesmo que fiquem alguns brancos, por enquanto, Reli fez novas fotos, coisa que sempre relutou, Reli está dando vazão à sua veia artística escrevendo, coisa que havia deixado de lado, Reli deixou os pesos de uma vida inteira e entrou na Yoga, Reli descobriu uma nova maneira de buscar a espiritualidade sem religiões, a Yoga com o seu estar no momento presente em contato com o si mesmo, Reli cozinha pra seu parceiro como uma típica dona de casa, coisa que sempre relutou, e,  Reli mudou de cidade. Reli também percebe essas passagens em seu parceito que acompanha sua idade, portanto, a crise. É o famoso espelho: vivemos dentro um sentimento e do lado de fora existe uma situação tal qual. Por muito tempo Reli só viu o lado de fora. Mas hoje consegue perceber dentro também. É uma vantagem, pois, são os dois lados da moeda. Assim fica mais fácil lidar. Se não encontrar fora ou dentro a resposta, busca no outro lado da moeda. E como Reli sabe que o que está fora é como o que está dentro, não cabe jogar responsabilidades encima dos outros. Está tudo certo. É assim que tem que ser pros envolvidos. Ninguém está ali por acaso, e cada um com suas responsabilidades. E não existem culpados. E cada um vai colher o que plantou. Mas, fácil não é. Devemos também nos desapegar do que não serve mais porque isso é o que causa sofrimento, mas não conseguimos perceber o que é o que pra largar. Não devemos esquecer que errar é humano. São as nuvéns que encobrem nossa visão. Mas Reli leu que elas passam, e um dia o céu fica claro. E a fila anda.

1 de set. de 2009

Repetições

Reli reflete como as pessoas vivem repetições em suas vidas. Repetem os mesmos padrões. Alguns são bem óbvios como um mesmo tipo de relacionamento, mas outros nos pegam pelo pé. Acontecem e nem nos damos conta. Reli escrevia um dia desses sobre acontecimentos de sua vida quando percebeu que não só estava no mesmo Estado que já vivera, no mesmo bairro e vivendo com um ex namorado, mas acordando a mesma hora que levantava quando viveu ali também. É fato que já havia percebido a maior parte das repetições, mas essa de acordar no mesmo horário pareceu demais. Reli sentiu-se enganando a si mesma. Se passando a perna. Repetindo tudo de novo? Será que existe um porque pra isso? Uma razão? Será que é pra ser assim mesmo? Mas Reli continua na mesma incruzilhada, porque, o outro caminho que Reli vislumbra também é repetição. Reli se sente sem Norte e vai empurrando com a barriga. De repente é isso mesmo. Reli fica buscando emoções. Outro dia Reli ouviu um pouco um filósofo fazendo observações sobre o desejo. Será que são desejos o que Reli se acostumou a ir atrás e se sente  meio morta por sua vida estar parecendo parada? Reli não sabe dizer. Será que essa repetição é necessária pra que daí saia algo novo? Reli sabe que essas respostas estão dentro dela mesma, mas não encontra. Ou não quer encontrar. Ou tem medo de encontrar. Ou não está na hora de encontrar. Reli sente que seus conhecimentos só servem para atrapalhar. Leu muito, estudou muito, viveu muitas experiências, mas tudo isso está fora, e a resposta está dentro. Tudo isso confunde. Um dia desses Reli sonhou que por duas vezes caía de um lugar bem alto. A diferença desse sonho é que Reli não  acordou antes de se espatifar no solo. No sonho, pelo menos da primeira vez Reli pensou se continuaria consciente até se espatifar ou se apagaria. Porque Reli já ouviu dizer que o corpo simula um desmaio quando percebe que o impacto será muito grande. A sensação é de desfalecer quando se cai de uma altura. Deve piorar pra Reli porque ela tem vertigem. Mas ela não via nada lá embaixo, só sentia o cair. Por duas vezes. E não se acordou, mas também não sabe o que aconteceu depois. O sonho acabava na sensação do cair. Como um desfalecimento mesmo. será que era o apagar antes da morte? Será que era a Morte?