12 de fev. de 2010

Projeção

Reli reflete em como não criou expectativas em relação a seu ex-parceiro. E com isso, pode ver a si mesma. Não teve vergonhas de si mesma. De não fazer nada enquanto esperava que seus possíveis objetivos se manifestassem. De não necessitar de amizades e ficar bastante sozinha. De dar uma engordadinha de inverno. De se sentir feia. De mostrar seus medos. Estava bem acompanhada dela mesma. Viveu o presente vendo o outro se desnudar sem esperar ver suas projeções manifestadas. Tinha seus focos, e esses, não era o que esperava que o outro fosse. O outro poderia ser qualquer coisa que Reli escolheria então se continuaria ali ou não. Como quando escolheu sair da relação por ficar clara a amizade de ambos. Por ficar claro que havia amor de outra espécie que não o que junta os casais. Então, por não ter expectativas, não sentiu raiva e nem agrediu quando o outro foi o que era. Não teve medo de ver o outro como ele se mostrava, e, conseqüentemente, não teve medo de se ver. Reli percebe que criamos expectativas do que desejamos do outro, baseados em nossas boas intenções. Quando enxergamos que o outro não se mostra como gostaríamos, sentimos raiva, e muitas vezes agredimos com medo de aceitar que o outro é diferente do que imaginamos. Porque se aceitamos o que não queremos ver, ou seja, desilusão, não poderemos mais nos esconder tentando mudar o outro. Entenderemos que o outro é daquele jeito e só nos restará nos olharmos. Enxergarmos nossas escolhas, aceitando o outro como ele se mostra, ou quem sabe escolhendo algo diferente. Porque nosso tempo não mais estará ocupado pelo outro. E muitos procurarão outros outros para vestir as expectativas. Até cansarem e resolverem se olhar. Ou não. E mesmo assim, não há nada que nos desqualifique perante Deus.

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