26 de jul. de 2010

Até quando?

Reli Reflete a dúvida de sempre repetirmos o padrão pai/mãe nos relacionamentos. Até quando tentaremos achar um pai/mãe que não tivemos? Até quando teremos de repetir o que foi sentido quando vivido com pai/mãe? Até quando nossa mente nos escravizará e nos prenderá à memória? Até quando nos enganaremos achando que desta vez é diferente porque tudo em volta é tão diverso?

Se o que estiver gravado for desconfortável, porque repetir?

Reli reflete a esperança de talvez ser um movimento de cura realizado pela vida no sentido de resgatarmos em nós algo que ficou marcado como falta. Mas Reli também reflete que o que se vê não corresponde a uma possível libertação. O que é popular são os padrões gravados sendo revividos. Com cenários e figurinos mais exóticos ou menos expressivos que a vivência primitiva, mas com fatores desencadeantes bastante similares.

Um dia mudamos? Um dia crescemos? Amadureceremos?

Tendenciados a querer repetir o prazer e fugir do desprazer, vivemos novamente a trama familiar querendo transformar um possível desconforto em conforto. Então talvez estejamos querendo respostas diferentes com ações iguais. Isso porque nos atraímos pelo que faz sentido gravado em nossas experiências, assim nos encaminhamos em direção às situações e pessoas similares ao que virou hábito no intuito de desencadearmos finalmente desta vez uma realidade transmutada. E seguimos batendo cabeça.

Caso seja medo de viver um resultado significativamente dessemelhante porque o conhecido é triste mas aprendemos a lidar, porque achamos que desejamos o diferente e seguimos reclamando? Reclamações, falta de satisfação e tristeza são formas de nos sentirmos vivos?

Tentar entender não tem ajudado. Chafurdar na lamacenta mente tão pouco. Seguir revivendo o conhecido já cansou.

A ioga diz que primeiro temos de distinguir o que queremos do que não queremos e para isso devemos fazer mais do que não queremos e menos do que julgamos querer. Tudo isso via corpo.

Sem resultados distintos ainda, Reli seguirá refletindo sobre o que vier. Até quando?

Ira

Ira


Reli Reflete sobre o movimento a partir da raiva. Sobre precisar de raiva como impulso para algo acontecer. E quando algo acontece, quando uma ação se faz presente, a reboque vem o sentimento de sentir-se vivo. Ou seja: sentir raiva para sentir-se vivo. É necessário? Faz sentido? Desgastante o é por certo.

Indo mais fundo Reli Reflete sobre a preferência do surgimento da raiva ao invés da culpa. Como se a culpa fosse tão dolorosa de ser vivida que a raiva se colocava em seu lugar como salvadora. Porque a culpa causava depressão. A raiva ocasionava ação. Depressão não suscitava ação. A raiva era mais produtiva. Raiva = agressividade. Agressividade = ímpeto. Ímpeto = ação, força, coragem. Movimentos reconhecidos como mais nobres pela sociedade civilizada. Mas por certo que uma vez escolhida a raiva, o próximo sentimento a reboque era a culpa de ter sentido a raiva. Um círculo. Um ciclo vicioso.

As reflexões em questão vieram à tona através da percepção da estranheza de se estar agindo sem raiva. Onde não se sabe onde buscar a força para um movimento já que a raiva saiu à passeio. Mas existe o desejo da ação. Esperar por uma possível volta da raiva pode não acontecer já que ser responsável é a opção. Soa mais saudável. O stress vivido é devido à falta de stress. Stress esse derivado da percepção de que falta algo. Do medo que a ação com esse novo jeito possa não dar certo. A maneira de atuar é desconhecida. Ela parece não englobar vida. Racionalmente é entendido como a maneira que deveria ser. Um movimento de paz e paciência. Algo que vai acontecendo como tem que ser. Em que o tempo dos acontecimentos se iguala ao tempo do movimento irado. Nada fica faltando. Mas a sensação é de falta. Uma nova estrada desconhecida. Uma nova sinapse.

Talvez por ser novo? O movimento natural. O movimento almejado. O movimento que percorre o caminho na linha do meio. No intervalo da respiração. Sem desespero.

Reli reflete e percebe que uma vez mais, o senhor que põe ordem aos acontecimentos para não enlouquecermos, o tempo, se incumbirá de aparar as arestas das interrogações. E o stress que veio do não stress vira paz. E os raios de sol conseguem passar por entre as folhagens da nova estrada. Assim como ervas daninhas tomam conta do caminho antes aberto a machadadas de raiva. Trajeto este que pode se fazer antigo e ter a chance de desaparecer se assim escolhermos.

8 de jul. de 2010

Caminhando

Reli reflete sobre o andamento do caminhar da vida. Reflete sobre as muitas vezes que precisamos voltar dois passos para trás no intuito de seguir seguindo enfim. Reflete sobre essa retomada. Sobre as décadas que esse retorno pode alcançar. E em como a vida se empenha em fazer-nos viver o que está pendente. E na beleza sutil da contemplação quando percebemos por um segundo que seja que algo mais escreve estória com propriedade.

Reli reflete sobre os filhos crescendo e já almejando desprenderem-se dos pais, mas ainda tão filhos. Tão dependentes embora se achem muito adultos. Construindo sua segurança futura no espaldar pai/mãe de amor incondicional. De amor que cuida. Que aceita como se é. Que estará sempre ali para o que der e vier. De Amor para sempre.

Reli reflete sobre o casal que se separou e virou pai/mãe um do outro. Reflete sobre a dependência que se formou. Reflete sobre as carências passadas clamando por atenção. Reflete sobre o amor além da vida que se infiltrou. Reflete sobre a delícia de aproveitar a satisfação de conforto que o novo estágio da relação traz. Reflete sobre a confusão de não se entender o que vem acontecendo e que propósito tem. Reflete sobre a dúvida que surge em se pensar se é saudável viver assim. Repensa. Repensa. Repensa. Reflete então sobre a dor sofrida que sentiu quando tentou acelerar um desfecho. Sobre como ficou alegre e refeita quando o outro foi contra carinhosamente. Sobre como foi compensador permanecer.

Reli reflete então sobre as guerras. Guerras como um modo de acelerar o que está por vir. Um modo de escrever a estória. Um modo de controlar. Um modo de se mover para não parar. Para não se olhar. Porque é mais difícil quando aquietamos e nos sentimos em nosso íntimo. Porque o vazio assusta. Vazio este que se preenchido deixará de incomodar e nos fazer fugir dele agindo antecipadamente.

Reli reflete finalmente sobre a paciência. Sobre viver um dia depois do outro. Sobre a zona de conforto onde os embates não são requeridos.

Reli reflete sobre o casal que virou pai/mãe. Quando estiverem prontos e certos do amor incondicional dentro deles mesmos não necessitarão mais de suas dependências. Partirão inteiros em direção a conquistas mais maduras advindas do que se vivenciou. Sabendo ou não que o que se viveu ali foi restaurador. Formatados então, seguirão seguindo.

13 de jun. de 2010

O Reality e a Ostra

Reli reflete sobre o Reality e a Ostra. Parece meio “nonsense”, mas no desenrolar encontrará aspectos da realidade de cada um.

Reality precisava de uma mudança estrutural em sua vida para que um de seus planos, fundamental para alavancar tantos outros, desse certo. Reality necessitava focar, e para tanto, deveria diminuir seu ritmo, ou melhor, usar sua energia transbordante de forma a dar continuidade. Não se perder era a rotina a ser seguida.

Ostra passara por algumas transformações e se encontrava bastante ensimesmada. Fatos da vida levaram-na a optar pela paciência de se perceber, de ouvir o seu sentir, de não agir só para se mexer, de se redescobrir e possivelmente se reinventar. Junto a isso havia a intenção de não mais fugir do si mesma fantasiado de progenitora. Seria um período de dar uma nova visão à realidade. Plantar uma nova semente.

Acontece que Reality sempre tivera uma vida agitada. Morara em sítios distantes com suas culturas distintas. Conhecimentos díspares. Muitos amigos. Muitos compromissos. Glamour. Perdições. Vida cigana que com o passar do tempo já deixava a desejar. Falta de regras. Falta de centrar-se em prol de atingir um objetivo.

Ostra também já tinha uma vaga idéia do que não lhe aprazia. Mas por não enxergar um novo caminho à frente sentia-se como num limbo. À espera do que não conseguia sequer imaginar. Estava no mistério. No desconhecido onde o passado não era mais, o presente continha neblina, e o futuro... bom, esse, com tal histórico, melhor lembrar que Deus escreve certo por linhas tortas.

Reality e Ostra se encontraram. E se encantaram. Ostra, a perdida, possuía atributos que reality queria desenvolver para atingir seu intento. Direção ao ritmo. Serenidade. Reality continha de forma exacerbada o que não atraía Ostra neste momento, algo que Ostra sempre procurara ser, fazer, ter, e por isso sentiu-se atraída, mas que não era mais ela. Há muito tempo. A frustração de se ser alguém que almejava ficara pra trás dando lugar à visão do nada.

Espelhos vistos ou não, instalou-se falta de graça, a mesmice, o desiludir-se do entusiasmo. E cada um seguiu seu caminho. Triste à princípio. Algo não foi adiante e isso dói. Mas o desconforto faz parte do agora. O olhar além fará parte do próximo agora. Os porquês fazem parte do porque de cada pessoa. E o aprender é pra quem não quer repetir.

Reli reflete se aprendeu, apenas fez historinha, ou se não é nada disso....

11 de jun. de 2010

Agir

Reli reflete sobre o agir e o reagir. Reflete porque está em dúvida. Grande novidade. Reli se vê numa situação em que se sente tentada a agir.

Há um bom tempo atrás, Reli era uma pessoa que agia, tomava atitudes. Mas o tempo mudou Reli e fez com que ela passasse ao outro extremo, fez com que ela reagisse mais do que outra coisa. Reli continuou a antever o que estava por vir, mas perdeu a coragem de agir em prol do que lhe tinha sido mostrado mesmo vendo mais à frente o que viria a se tornar realidade. Porque o que aflorava em forma de sentimentos tornou-se inseguro, dúbio, e portanto, era rejeitado. E com isso passou a questionar se o que havia visto em seus momentos mais clarividentes era real. E assim viciou seu comportamento em reagir esperando que algo ou alguém tomasse uma atitude já que não tinha mais certeza de seus quereres. E em se estando nesse processo de andar para trás, não mais enxergava. E por isso veio a esperar a ação de fora. O que funciona também. Chega-se ao mesmo fim. Mas fica a sensação de que se perdeu tempo. Embora Reli saiba que foi o tempo necessário pro que poderia ser feito naquele momento de vida. Mas fica a sensação. Uma aflição de que não se teve as rédeas da vida nas mãos mesmo sabendo de antemão o que viria. Ficava a falta de confiança sobre o que se percebia de si mesma. A dúvida que duvidava se seria real o seu insight ou não. Ficava o medo das conseqüências de uma atitude inadequada. Embora Reli também saiba que movimento atrai movimento, e, se nos dispomos a mudar algo, mesmo que seja para o lado errado, a vida se incumbirá de nos colocar na estrada mais adequada só por ver nossa boa intenção em fazer algo achando que era o certo ao invés de não nos movermos. Mas ficava o sabor amargo de amargar tentativas. Tentativas tristes e infrutíferas. Faltas de movimento que atraiam inércia.

Portanto, neste momento, Reli se vê na encruzilhada do agir e do reagir. Acha que deve agir mesmo que erre. Mas está titubeante. Tem medo. Desaprendeu a interpretar o “NÃO”, o “BASTA”, o “JÁ DEU”. Esqueceu-se como é o sentir que escolhe. Reli tem que aprender a andar de novo. Tem que se atualizar. Que constatação!

7 de jun. de 2010

Críticas

Reli reflete sobre críticas. E só reflete porque foi criticada.

Criticar os outros é das coisas mais fáceis que existem. É só ser boa observadora, captar um deslize que já é um julgamento dos fatos, e colocar em palavras como se fosse uma constatação alguma maneira de constranger um outro. Veneno do bom. Reli reflete justamente sobre esse prazer em se destilar esse veneno. Se queres um carma negativo, colher mal estar ou culpa, ou vergonha, ou qualquer sentimento mais tosco, a idéia já foi lançada. É só seguir.

Se desejas algo melhorzinho um pouquinho puxe o freio de mão na próxima vez. Se existir alguns segundos entre o que pensas e falas, refreie o que vem. Parecerá que está deixando passar uma boa chance de ajudar o outro. Ou de machucar o outro. Mas então chegamos ao ponto das decisões: quem quero ser? O que gostaria para mim? O que aprendo com o que sinto ao colocar um muro entre o que penso e falo? Chegará o dia que nem pensarei?

Reli reflete que se houve um incomodo com algo que foi dito é porque de alguma forma o relatado reverberou dentro dela. E se reverberou deixando sensações “IRC” em relação a um outro há que se revirar esse virado. Ou, revidar virando tudo. Decisões. Sempre elas. E voltamos ao quem quero ser.

Reli decidiu a um tempo quem queria ser. Prefere não plantar nada que possa lhe trazer constatações óbvias de que se é levada pelos instintos mais bestiais. E isso faz Reli se achar muito nobre. De uma grandeza... E toda essa boniteza de valores pode chegar a um fim bastante desviado do que se pretende. Ego inflado. Ou seja, Reli reflete em como todos os caminhos podem nos levar aonde queremos ir. Ou não.

Com nós nas idéias Reli parará de refletir. Por hora.

27 de mai. de 2010

Não servir pra nada

Reli reflete sobre algo que é muito difícil de aceitar em si mesma. Achar que não serve pra nada nesta vida. Sim, Reli se encontra deveras depressiva. E o caminho pra esse estado se dar foi algumas cervejas na noite anterior junto com uma noitada sensacional culminando numa noite mal dormida, ressaca, e enxaqueca que já dura uns dois dias. O enjôo que se sente já pode levar uma pessoa a pensar as piores coisas de si. Mas chegar a essa conclusão: que não se serve pra nada nessa vida, talvez só numa aula de costura onde teve de desfazer cinco linhas de lastex que não deram certo. Aliás, como tudo em seu dia. A cada linha desfeita, e isso demora, é chato e atrasa, Reli refletia em como vem tentando em sua vida achar um trabalho, serviço, vocação, enfim, algo que não seja sentido como apenas um hobby, um estudo, uma curiosidade. Algo como uma paixão que a fizesse embarcar doa o que doesse. Algo que movesse todas as suas células e que não passasse. Que não deixasse de ser repentinamente. E lágrimas lhe vieram aos olhos. Porque doeu. Mas Reli estava numa aula de costura destinada a aprender e não num grupo de auto-ajuda. Tratou de pensar em algo mais e engoliu seu sentimento. Que ficou preso. Que recalcou. Isso de se encontrar já ocorreu uma vez, e durou um bom tempo, mas de repente deixou de fazer sentido. E Reli nem sabe por quê. Ou talvez porque devesse viver certos percalços. E Reli desde então vem tentando se achar. Vem se desvendando de todos os jeitos. E isso engrandece. Mas a questão de Reli é que as pessoas chegam a um mínimo denominador comum. Reli não. Continua buscando. E está cansada. E acha que deveria aceitar que não serve pra nada e parar de buscar. E acomodar. E até isso já tentou. Mas precisou estar longe de tudo e todos pra ser em paz nessa condição. E foi bom. Mas Reli acabou por voltar pra vida e com ela as cobranças dos outros que vem em forma de ajuda. Cobranças essas que são suas também. E é aí que mora o perigo. Porque se Reli realmente aceitasse sua condição de acomodada e em paz no “não servir pra nada”, nada a afetaria. Os outros são só um espelho, um reflexo do que vai dentro dela mesma. Mas Reli se cobra. Quer viver essa inteireza de se encontrar em um ofício. E nesse momento do escrever, Reli poderia voltar à primeira linha desse desabafo porque se vê diante de um abismo. E alguns diriam imperativamente: Salta! E Reli responderia: Onde? E outros retrucariam: No abismo, no desconhecido que é um manancial de oportunidades. Dá medo, mas o caminho é esse... E Reli mais uma vez e já se sentindo sem graça nem sequer balbuciaria algo por se ver tão tão tão perdida, out, fora, falando outra língua. Talvez quando algum remédio fizer efeito na enxaqueca consiga ver alguma luz. Reli vem tentando isso só a vida inteira.

23 de mai. de 2010

Ser X Não ser

Reli reflete sobre o que ser ou não ser. Reli percebia sua vida tomando um rumo deveras introspectivo. Confortável. Seguro. Mas também se percebia sem muitas aberturas, aventuras, emoções. Se fechando em si mesma. E resolveu fazer movimento em direção a certa modificação. Seu tempo no casulo já estava por terminar. E dentro desse novo caminho repreendeu-se resolveu voltar pra seu conforto. Mas já era um pouco tarde e Reli também não fez tanta força assim no sentido de fugir de seu novo destino. E a bolinha de neve planejada começou a seguir seu caminho. E Reli vem refletindo como sente que essa nova estrada não tem a ver com a pessoa que estava cultivando e sim com a persona que sempre fantasiou querer ser. Mas Reli nunca conseguiu se sentir bem sendo tal persona. Não tinha peito pra bancar tamanha demanda. E nesse momento Reli quer ser a pessoa introspectiva e quer ser a persona. Eis que surge o impasse. O que Reli vem tentando fazer é ser os dois, mas percebe que muitas vezes ultrapassa seus limites de um lado e do outro. E fica um tanto quanto perdida se perguntando quem se é. A nova vida trás possibilidades mais concretas e voltadas para o exterior, a outra, vem com possibilidades de interiorização e crescimento advindo disso. As duas trazem engrandecimento. E Reli tentará chegar a um meio termo com essas duas formas de viver e quais mais vierem. Está decidido. Por hora. A questão está em não ficar doente por se sentir sem energia ao extrapolar no lado que leva mais ao exterior de seu ser. Onde vive essa linha tênue que divide esse limite? Nova vida. Novos abismos. Portas abertas a misteriosas vivências entremeadas por tensões e inseguranças. Isso é dar a cara a tapa, isso é estar viva, Reflete Reli.

18 de fev. de 2010

Mesmo idioma

Reli reflete sobre um novo achado em sua vida. Uma característica tão simples, tão banal, tão idiota: “falar a mesma língua”. Reli percebeu que não adianta falar uma língua que não entendem. As pessoas acham interessante, inteligente, colocam-na num pedestal, mas não apreendem nada, ou seja, o blá blá blá será em vão. Tempo perdido. Estará falando sozinha, e assim é melhor escrever. Então Reli resolveu se comunicar. Uma amiga veio com uma questão, e em vez de Reli falar o que acredita e da maneira que acredita como sempre fez: se colocou no lugar da pessoa e deu uma idéia afim com a personalidade da manceba. Impressionante como o som ressoou dentro da consulente. Sem pensar duas vezes seus olhos brilharam e ela colocou em prática a criatividade ofertada. E o terceiro outro, que entende o idioma da segunda e não o de Reli, comprou o discurso prontamente e tudo se acertou. Reli não agiria daquela maneira, prefere não acreditar a vida daquele jeito, mas cada um escolhe seu caminho. A confusão de Reli foi no sentido de dar um conselho que não faria. Reli sempre colocou o que acreditava, e, muitas vezes, parecia até superior por ter conceitos tão nobres. Mas esqueceu de ter a humildade de enxergar que as pessoas são diferentes, e conseqüentemente, agem de formas diferenciadas. Cada um vive a sua verdade e colhe o que planta, até decidir, se decidir, mudar. E certo e errado é um julgamento, assim como nobre. Cada um escolhe o seu certo. O certo que lhe deixa mais confortável. As pessoas podem conviver e se gostar mesmo sendo distintas. Ninguém é igual e nem perfeito. Quem disse que é Reli quem tem a razão. Na Astrologia, o planeta Mercúrio rege a comunicação, e sabendo-se de antemão os aspectos desse planeta na carta natal, pode-se estudar uma melhor maneira de acessar a pessoa. É a mesma coisa que Reli fez. Só que sem o auxílio de um estudo e sim de sua sensibilidade. Mas Reli ainda tem dúvidas por aconselhar algo que vai contra o que acredita. Pensa em se colocar em relação ao que quer preservar ao mesmo tempo em que fala a língua da pessoa. E também percebe que não é porque aconselha suicídio que alguém se mata. E pensa também pra que servem as psicólogas. Muitos pensamentos muitos nós na cabeça. Há que ser por partes, por vivências.

14 de fev. de 2010

Desapego

Reli reflete sobre o desapego, sobre o deixar morrer, deixar passar, ficar sem. Reli vê claramente que precisa deixar ir certa situação que nem é mais. Talvez necessite agir no mundo dos sentidos, mas o objetivo é atingir seu próprio coração. Porque é ali que está a segurar. É ali que mora o apego. Porque quando conseguir deixar pra trás o que ficou lá atrás, a realidade externa se transformará. Reli acha que tudo tem um porque e essa demora em largar tem o sentido expurgar até o fim algo que nem bem consegue compreender. Reli já viu esse filme tantas outras vezes. Vive uma situação, mas já anteviu o futuro. E por viver essa dicotomia, acha que tem de tomar uma decisão mais imperativa. E já viu também, que quando se força, acaba por voltar um degrau. Porque não estava preparada para dar tal passo. Tudo tem seu tempo. E o que atrapalha é saber antes o que está por vir. É não ter paciência em seus processos. E mesmo assim, muitas vezes, desacredita o que vai em seu interior pra poder viver até o fim o que não é mais no exterior. Com a sutil intenção de ir até o derradeiro ponto final. Porque ainda não tinha chegado ao real fim. E quando reflete sobre tal fim, percebe que a dificuldade é porque ele está no reino do não manifesto, do mistério, do sentir. E não no mundo que percebemos como real, o dos sentidos. Reli ainda briga com isso. Quantas vezes já percebeu que é só seguir o que dá mais conforto. Que não precisa brigar. Não tem que se angustiar. Que tudo tem seu tempo. E quem somos nós pra saber quanto tempo o tempo precisa. Mas não, Reli teima em querer antecipar o que não chegou ao seu fim por ter a consciência do tal término. E esse “The end” nem é no exterior. É dentro dela mesma. Os espelhos podem nem mudar, mas mudará quem olha pros espelhos. Por isso Reli reflete escrevendo. Quem sabe não ganha tempo? E a simplicidade da situação é que o medo reside em não mais ser quem foi. Se perder do que conquistou. Se perder da si mesma que viveu. Será possível?

12 de fev. de 2010

Projeção

Reli reflete em como não criou expectativas em relação a seu ex-parceiro. E com isso, pode ver a si mesma. Não teve vergonhas de si mesma. De não fazer nada enquanto esperava que seus possíveis objetivos se manifestassem. De não necessitar de amizades e ficar bastante sozinha. De dar uma engordadinha de inverno. De se sentir feia. De mostrar seus medos. Estava bem acompanhada dela mesma. Viveu o presente vendo o outro se desnudar sem esperar ver suas projeções manifestadas. Tinha seus focos, e esses, não era o que esperava que o outro fosse. O outro poderia ser qualquer coisa que Reli escolheria então se continuaria ali ou não. Como quando escolheu sair da relação por ficar clara a amizade de ambos. Por ficar claro que havia amor de outra espécie que não o que junta os casais. Então, por não ter expectativas, não sentiu raiva e nem agrediu quando o outro foi o que era. Não teve medo de ver o outro como ele se mostrava, e, conseqüentemente, não teve medo de se ver. Reli percebe que criamos expectativas do que desejamos do outro, baseados em nossas boas intenções. Quando enxergamos que o outro não se mostra como gostaríamos, sentimos raiva, e muitas vezes agredimos com medo de aceitar que o outro é diferente do que imaginamos. Porque se aceitamos o que não queremos ver, ou seja, desilusão, não poderemos mais nos esconder tentando mudar o outro. Entenderemos que o outro é daquele jeito e só nos restará nos olharmos. Enxergarmos nossas escolhas, aceitando o outro como ele se mostra, ou quem sabe escolhendo algo diferente. Porque nosso tempo não mais estará ocupado pelo outro. E muitos procurarão outros outros para vestir as expectativas. Até cansarem e resolverem se olhar. Ou não. E mesmo assim, não há nada que nos desqualifique perante Deus.

7 de fev. de 2010

Mudanças

Reli reflete sobre as mudanças que empreendemos na vida. Mudamos o exterior manifestando o interior. Mudamos o exterior para fazer manifestar o interior. Mudamos o exterior para encobrir a não mudança do interior. Esse exterior seria o mundo manifesto e esse interior o que vai dentro de nós, nosso mais íntimo ser. Reli acredita que a mudança interna pode nem acontecer, mas isso se dá porque o momento ainda não era a hora certa dessa desejada mudança. Ou a tal mudança nem era pra acontecer. Porque se existe um desejo em mudar, mesmo que por um tempo seja só um desejo e não a mudança em si, mesmo assim prenuncia alguma transformação. Nem que a transformação seja aceitar o que se é ou o que se está sendo trazendo a reboque a não mudança. Mudar... Não mudar... Quem escolhe somos nós. As implicações serão em nós. Responsabilidade nossa. Reli constata como muitas vezes só nos percebemos mudados mais à frente. No momento da mudança estamos ativos e sem tantos momentos introspectivos que nos levariam a talvez perceber diferenças. Cada um é de um jeito. Cada um é de um jeito em cada momento. Cada um com o seu cada um. E ainda perdemos nosso tempo achando isso ou aquilo. Julgando muito mais que contatando. E nessa hora em que Reli se percebe nesses comportamentos divaga sobre a importância do silêncio. Em como esse silêncio nos coloca em contato com o nosso próprio interior. Em como caso seguíssemos a risca o não julgamento teríamos menos a dizer. Em como não adianta falar. Em como o falar pode não afetar cada um. Em como as mudanças partem de nós mesmos. Em como está tudo certo. E quando Reli diz “tudo”, engloba mais do que a palavra pode entender por tudo. Engloba o lado não manifesto da vida. Engloba o mistério. O que julgamos por certo ou errado. Engloba Deus e sua sabedoria sobre nossos caminhos.

Fazer nada

Reli reflete em como muitas vezes quando se sentiu sem ter o que fazer e um pouco desconfortável com isso, se percebeu então com saudades dele. Porque lá, onde vivia com ele, mesmo que estivesse só, o estava esperando. Ou fazendo comida pra ele. Claro, Reli também comia, era pros dois, mas se fosse só pra Reli, não seria aquilo tudo e nem daria tanto trabalho que enchia o tempo. E o tempo livre era confortável pra não fazer nada, ou escrever, ou outra coisa pra ela mesma. Era mais fácil daquele jeito. Um ajuntamento de seus afazeres, com afazeres pelo outro, com tempo livre. Aqui, não ligada a ninguém, ou melhor, em função de ninguém, Reli se vê sem objetivos, inerte. Porque lá onde estava antes, se encontrou. Porque lá não se sentiu solitária mesmo estando só. Porque lá conseguiu vislumbrar seu ser original. E o jeito é, nesses momentos sem objetivos, fazer algo que fazia lá. Ser o que escolheu ser lá e continuar cultivando aqui. Como escrever. Como o que está fazendo agora, porque aí se sente fazendo algo, como era lá, no antes. Se lá foi feliz assim, o tentaria aqui também. Nem que mude. E esse foi o caminho por Reli nesse seu peculiar momento. E assim vai levando. Até que se torne rotina. Até que se torne o que fazer. Que se torne companhia. E Reli se agüente só e não em função de um outro. Em função dela mesma. Embora Reli chegue a pensar que ter um pouco de seu tempo em função de um outro não seja nada pejorativo. É um se doar. É gostoso. É caridade. Compra um pedacinho do céu. De seu céu interior que é seu próprio bem estar no momento presente. Por prazer. Percebendo então que não faz pelo outro, mas por si mesma. Com prazer porque recebe pra isso um pagamento sem valor conhecido no mundo da manifestação. Um pagamento que satisfaz ao coração. Amar-se.

20 de jan. de 2010

Segurança

Reli reflete sobre a segurança. Sentir-se segura. E com o conforto que isso traz. E em muitas vezes ao longo da vida necessitamos abandonar a segurança. Porque não tem jeito.


Reli reflete na segurança disfarçada de amor. Nela disfarçada de posses. Segurança apoiada em passado, em futuro. Segurança essa que muitas vezes segura o que deve ser solto. Reli reflete se são apenas os inseguros que vivem essas inseguranças. Refletindo mais um pouco arrisca que não.

A não segurança deve vir do medo, medo de não segurar. E perder. Mas só se ganha algo se outro algo é deixado pra trás. Só que o algo da segurança é conhecido e o outro é mistério. E, muitas vezes no abismo, recuamos. E muitas vezes não temos outro caminho senão mergulhar. E mesmo que já se saiba por experiências prévias que o desconhecido é o manancial da criatividade, o medo corrói. Reli reflete se o medo não parará de existir se se aceitarem os fatos. Aceitação. Breves férias de um ego. E tudo se torna mais claro.

Então é isso: aceitar a vida com suas nuances. E quando que aceitar será sinônimo de passividade? De não ação na vida? De falta de movimento? E movimento atrai movimento. Em que momento se deve aceitar uma situação? Reli percebe como muitas vezes mudamos o “em torno”, mas levamos protegidamente guardadas nossas questões. E vem a constatação conhecida, vivida e consequentemente obvia que a mudança é dentro. E não há os que dizem que ela pode começar por fora? Então porque não pensar que elas andam juntas? Pensar assim deixa Reli mais segura, embora nem sempre opte por conforto. Porque existe a dúvida que freia. E porque não pensar que se freia, é pra ir mais devagar. O que vem primeiro, o ovo ou a galinha?

O que Reli sabe é que segurança conforta. Como crianças. E em certos momentos devemos abandoná-la. Mas abandonar o “quem” ou o “que” a espelha, porque se segurança apareceu em forma de um outro ou uma situação, é porque já existe dentro. Não há o que temer. Acredite. É só vê-la dentro, porque já está lá. Não se perde.

E o caminho pelas trevas sempre acontece. Reli reflete: até quando?