6 de out. de 2009

Interpretação

Reli reflete sobre o que as pessoas falam e o que as pessoas entendem. Uma pessoa fala algo num tom. A outra pessoa pode entender esse algo em outro tom. E ao ser contado pra outras e outras pessoas, podem aparecer muitos outros tons. É o telefone sem fio. Então como solucionar problemas de tons? Talvez seguindo a máxima que diz que é melhor ser feliz que ter razão. Mas Reli sabe que nem sempre é tão fácil assim. Sabe que muitas vezes o problema já foi criado, já existe uma distância entre as partes e que não adiantará muito pedir desculpas, ou não continuar uma discussão. Taí a dúvida de Reli. Deixar o tempo passar? Isso realmente acalma os ânimos, mas e a tensão instalada até o amortecimento? Como viver bem com essa angústia? Reli não sabe, mas vem tentando descobrir quando passa por essas intempéries. Reli acha que uma mulher madura, segura de si, saberia que fez o que pôde pro estremecimento não continuar, e que, se nada mudou, fez sua parte e seguirá com sua vida normalmente. Entregará pra Deus a solução já que o que tentou não adiantou. Mas Reli não é tão magistral assim e fica triste até o acontecimento caducar. E esse triste a atrapalha em sua vida, pois tudo o que vier a fazer, suas atividades, carregarão um peso. Ok, Reli entendeu, faz parte da vida. Tristezas são pra ser vividas e há que se aprender com elas. Não adianta fugir, porque a bola de neve aumenta. É pura aceitação da realidade difícil. Ninguém disse que a vida era fácil. É como tomar antidepressivo pra qualquer incômodo. O remédio é pra depressão e não pra tristeza. E talvez, mesmo sentindo sua vida um caco, e não conseguindo ser a mulher maravilha, aprenda com isso, e um dia venha a ser mais fácil. Ou não. Dizem que o importante é competir, e que o gol é um resultado, mas é ele que nos traz a maior felicidade, isso é fato. Reli relaciona isso com o problema: ficar de bem é que traz felicidade, mas o importante é vivermos inteiramente o momento de competição pra aprendermos com ele. Pois outros momentos como este virão, como um exercício. Se está tudo nos conformes, esses momentos não acontecem. A vida é de ciclos: caos e calmaria. Quando tudo está muito bom e começa a cheirar a tédio, acontece o caos pra que haja uma nova reorganização. Ou não.  O futuro não está escrito. Somos nós que o escrevemos, e isso acontece no presente.

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